Hipospádia

A hipospádia é uma das anomalias congênitas mais comuns da infância, com incidência que varia de 1 para cada 250 ou 350 dos nascidos vivos do sexo masculino.

Caracterizada pela posição anormal do meato uretral, localizado na região ventral do pênis sendo frequentemente associada ao encurvamento peniano ventral (chordee) e prepúcio fendido (capuchão). Algumas outras alterações podem estar associadas como criptorquidia (testículos não descidos), má formação escrotal e, menos comumente, alterações renais.

A criança com hipospadia, de maneira geral, não tem qualquer alteração em seu desenvolvimento. E, o tratamento é realizado de modo a atingir dois objetivos: funcional e estético. O objetivo funcional é o de restabelecer micções com jato urinário único e direcionável e garantir ereções penianas retas que permitam no futuro a relação sexual. O objetivo estético tem como objetivo garantir uma imagem corporal para que não gere impactos no desenvolvimento biopsicossocial da criança.

O tratamento é eminentemente cirúrgico e, nos casos mais graves (hipospádias proximais/escrotais), a cirurgia em etapas deve ser realizada para melhor resultado com menor taxa de complicações. Geralmente indicado a partir dos 6 meses de vida com o objetivo de, sempre que possível, concluir todas as etapas da reconstrução do genital antes dos 2 anos. Mas como base no discutido acima pode ser postergado sem grandes problemas.

Como trata-se de uma patologia espectral, os defeitos penianos encontrados podem ser desde muito leves até casos extremamente complexos. Estas alterações nas manifestações diversas da patologia exigiram o desenvolvimento de inúmeras opções técnicas para correção do problema. Inegavelmente isto torna o tratamento um grande desafio técnico exigindo refinamento, delicadeza, experiência e rigor.